2014

 

Eram 11 da manhã do primeiro dia do ano e eu continuava mergulhado em meu sono profundo. O despertador tocou subitamente, ela acordou e me puxou pra perto dela, me envolveu em seus pequenos braços, me fez de travesseiro e chamou meu nome.
Eu ainda sonolento, com os olhos fechados, encaixei meu rosto no pescoço dela e respirei fundo, como se eu fosse guardar o cheiro dela dentro de mim. Meus pulmões se rechearam do perfume dela. 
Deitado, pensei, ainda sem coragem de abrir os olhos, que todo mundo precisa de um abrigo daqueles. Mal sabia ela, que ali era meu lugar favorito. Aquilo deixava a vida com mais sabor. É como aquela sensação de pão quentinho no café da manhã. É alimento pra alma.
Ei, precisamos levantar...
Ela me chamou baixinho, querendo me acordar, mas na realidade seu desejo era passar o dia todo na cama. Abri meus olhos e vi o lindo rosto dela embaçado. Naquele instante veio a certeza de que eu havia me apaixonada uma segunda vez. Se é que isso é possível.
Dessa vez o ano novo me trouxe novas esperanças e um lindo sorriso... 

 

Por: Pablo Cavalcante Costa