"HER"- E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE, CAMINHA PARA A SOLIDÃO(?)

 

 

Ouvi alguns comentários sobre a impossibilidade do que ocorre no filme realmente acontecer. Eu ri, sabem o motivo? O motivo é: Já está acontecendo, não ao nível do filme, mas está. Passeio na rua e não vejo pessoas querendo dialogar e/ou interagir de forma alguma com outras, e para que isso não aconteça usam o famoso e eficaz fone de ouvido ou o "Pooow, cara, nem te vi". Ah v

Numa conversa em um grupo de amigos é possível perceber que boa parte, na maioria do tempo, estão navegando ou estão imersos em diálogos banais que poderiam ter ali ao vivo com os presentes. E vai além, essa falta de interesse em conversar pessoalmente e de manter contato chega até o relacionamento amoroso. Imagine, imagine não, pois você já deve ter visto,então, visualize que tenso um namorado tentando ter um diálogo com a namorada e a mesma está simplesmente no celular prestando atenção a tudo, menos no mundo real. Que frustrante!

"Ela" está entre nós, estamos nos afastando do contato humano. No filme, quando Theodore está no meio da rua, não consigo enxergar uma pessoa que não esteja interagindo com o seu sistema operacional. Veja bem, interagir com o sistema operacional é tão gratificante quanto interagir com um ser real?
Fico me perguntando se é o medo do contato humano, se é medo do desprezo, da rejeição, do "não dar certo" é que levam as pessoas se afastarem uma das outras. Eu só sei que tem tanta coisa boa por aí, perdemos o nosso tempo admirando a tela de um celular, enquanto tem um mundo inteiro para nos surpreender.

Entre o medo do desprezo, medo de querer alguém e não conseguir ou o medo do fim, Theodore se frustrou da mesma maneira, porque (Puta que pariu! risos) até o sistema operacional o abandonou! É, minha gente, não tá fácil para ninguém, portanto, valorize quem está ao seu lado, largue o celular um pouco e vá viver. Um sistema operacional pode adequar-se ao modo como você idealiza alguém, mas tenha em mente que o que faz um ser humano ser mais incrível são as imperfeições, são os desafios que deixam a conquista mais gostosa ou as vivências para o amadurecimento que nos tornam seres humanos perfeitamente insuportáveis.

E olhe que não vou nem entrar no mérito da modernidade líquida de Zygmunt Bauman que é da onde surge o termo amores líquidos na qual defende que os laços afetivos estão se diluindo de maneira frenética, aonde a substituição daquilo que não mais lhe agrada parece ser mais fácil e melhor... e assim caminha a humanidade, caminha para a solidão(?)

‪#‎NKL‬