Humor: para quem?

"Seria engraçado ver eles se arrastando pra ir 'compra' um café", disse um rapaz com 156 likes em um comentário sobre deficientes físicos. E logo após ser criticado por alguns, afirma veementemente que achou engraçado, pois gosta de humor negro.

"A própria essência do humor é a completa, a absoluta ausência do espírito moralizador. Interessa-lhe pouco a pregação doutrinal e a edificação pedagógica. O humor não castiga, não ensina, não edifica, não doutrina". 

Esta frase acima pertence a Sud Menucci, grande jornalista, educador e sociólogo. Escreveu livros importantes, dentre eles: "A crise brasileira na educação".

Meditei sobre a frase por ele dita, e, sinceramente, não me agradou. O humor parece não se definir, mas para mim, era o rir comum de todo um grupo de pessoas. Era a elevação do estado de espírito, o auge da felicidade. Me enganei.

Não sei se a sociedade ficou demasiadamente podre e o humor sobre ela se tornou "negro" (quanta pejoratividade) ou sou azeda e séria demais para rir de situações que considero trágicas.

Perdoem os amigos, a sociedade, o mundo, mas rir, para mim, não é mais o melhor remédio. Porque não quero, não posso e não devo achar engraçado o estado de indiferença e desumanização em que a população se encontra.

Prefiro me perder nas graças da tristeza do que rir de um mundo tão decadente e impróprio para seres humanos realmente humanos que pensam e refletem sobre o caos explícito que bate à porta de todos.

"A fonte secreta do humor não é a alegria, mas a mágoa, a aflição, o sofrimento. Não há humor no céu". (Mark Twain).

 

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