QUEM É O MONSTRO AFINAL?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A aparência externa horripilante do monstro foi gerada pelo reflexo da alma de seu criador, a qual estava encharcada de ambição e egoísmo, cego pela busca da glória cientifica, exilando-se voluntariamente da luz, da afeição e da sensibilidade. No entanto, como qualquer criatura que nasce, a personalidade do monstro – o seu “Eu” – não estava desde sempre formada. Nada o levaria necessariamente para o mal. Pelo exemplo do monstro percebemos que o nascimento não define o caráter ou tão pouco a capacidade, mas sim as circunstancias sociais oferecidas para o aproveitamento e desenvolvimento de seu potencial afetivo e racional. 

 

Um dos erros do Dr. Frankenstein foi não ter dado afeição e acolhimento para sua criatura, abandonando-a à própria sorte por não suportar contemplar em seu inocente e horripilante rosto a imagem de seu próprio fracasso. Por outro lado, uma vez estando no mundo, o monstro não foi acolhido pelo afeto de ninguém. Ironicamente, o único espaço social que a sociedade lhe reservava era sua fronteira com o bestial: bosques, montanhas e regiões polares inóspitas.

 

Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

 

‪#‎PCC‬