SOLIDÃO

    O dia amanhece, os primeiros raios do Sol que me beijam o rosto fazem meus olhos arderem, a dor me desperta para o dia que se levanta a minha frente, não lembro a hora que adormeci, mas creio que foi logo após eu ter tido a sensação de que alguém havia entrado em meu quarto, depois disso lembro ainda de ter sentido um enorme calafrio me percorrer a espinha, então não lembro de mais nada. Não tenho certeza se alguém realmente entrou em meu quarto ou se minha mente criou isto como uma forma de me obrigar a dormir, de qualquer forma o descanso foi bem vindo pois fazia muito tempo que não tinha uma noite de sono como esta última.

    O fato é que por mais bem dormida que tenha sido minha noite nada vai aliviar o tédio que se torna o meu dia, mergulhado em minha própria solidão, vago por minha casa sem descanso como se o fizesse quase que por obrigação, sempre a procura de um não sei o quê ou da companhia de não sei quem. Vez por outra pego um livro para me distrair, ou qualquer outra coisa que possa ler, mas é tudo sempre a mesma coisa, e por mais que as palavras sejam diferentes pra mim representam sempre a mesma coisa, o nada, e o quão vazia se tornou a minha vida.O Universo perdeu a cor, a vida perdeu a graça, tudo se tronou tão cinza e tão monótono que não sei mais se vivo ou se vegeto. 

    Chega a hora do almoço, a empregada deixou-o preparado desde ontem e o guardou na geladeira, já que não viria hoje, mas sinceramente não sinto fome, porém comerei assim mesmo, talvez por um sentimento de culpa, por não querer jogar fora o trabalho daquela pobre coitada mesmo sabendo que o fez por dinheiro não deixo de acreditar que no fundo fora colocado algum sentimento naquilo, e também eu preciso de um acompanhamento para o vinho, aliás por mais triste que eu esteja não sei se vale a pena me embriagar por causa disso.    

    Queria poder neste momento me abster desse terrível vazio que me consome, me libertar desses grilhões que me tornam preso a este mundo e econtrar a divina paz, mas suicídio pra mim é sinônimo de fraquaza o que me faz preferir viver neste inferno sufocante e deprimente do que passar para a eternidade como um fraco que não aguentou nem o fardo de sua própria vida. A vida é um don que Deus deu aos homens para que estes através desta pudessem obter a grandeza de espírito, aquelas que a renegam se suicidando não são dígnos de serem chamados de homens.Mas creio que não é o momento para ponderar sobre o suicídio e suas implicações morais e filosóficas, no momento quero entregar ao deleite do ócio, mesmo que não goste creio ser essa o meu único prazer no momento, imaginar como seria uma vida sem mais fraquezas e sofrimentos apenas pelo simples prazer de se estasr vivo.    

 

Fonte:https://giuliobrito.blogspot.com.br/search?updated-max=2008-10-07T11:04:00-03:00&max-results=7&start=14&by-date=false

 

 

#HAM23